Especialistas recomendam comunicar o incidente às seguradoras o mais rápido possível.

As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram centenas de veículos submersos, e as seguradoras já estão registrando um aumento nos acionamentos no estado.

No entanto, nem todas as apólices incluem cobertura para inundações e alagamentos. É fundamental verificar as cláusulas do contrato para acionar a seguradora e solicitar indenização pelos danos.

Estudo: Inundações no Rio Grande do Sul afetam mais de 80% da atividade econômica do estado, diz Fiergs. Capital: Latam anuncia malha emergencial com 46 voos extras para atender o Rio Grande do Sul.

De acordo com José Varanda, professor da Escola de Negócios e Seguros (ENS), enquanto nos seguros residenciais as coberturas para esses incidentes costumam ser contratadas à parte, a maioria dos seguros de veículos já inclui as chamadas convulsões da natureza nos riscos cobertos.

Existem, porém, dois tipos diferentes de coberturas:

  • Para inundações: cobre enchentes decorrentes de transbordamentos de rios navegáveis, como o Rio São Francisco ou, no caso gaúcho, o Guaíba;
  • Para alagamentos: cobre enchentes causadas por chuvas intensas e, muitas vezes, também por transbordamentos de rios.

Mas e no caso da tragédia climática no Sul do país? Quando não é possível determinar se o carro ou moto teve perda total devido ao transbordamento de um rio ou ao volume das chuvas recentes, o que prevalece?

Impacto: Mais da metade da produção têxtil do Rio Grande do Sul está paralisada.

Varanda explica que as seguradoras consideram a causa, e não o efeito, na hora de decidir se o pagamento é devido. Ou seja, como o transbordamento do Guaíba (uma espécie de híbrido de rio e lago) foi provocado pelas chuvas incessantes, considera-se que a causa do evento foram as precipitações.

— Se uma chuva muito forte provocou alagamento e a queda de uma barreira em cima de uma casa, por exemplo, a causa foi a chuva forte. O efeito foi a queda da barreira e o derrubamento da casa — exemplifica o professor.

 

Fonte: O Globo